terça-feira, 25 de novembro de 2025

A Constituição Cidadã de 1988 venceu!

 

Foto: Marina Uezima

Prisão por tentativa de golpe sinaliza o fim do ciclo histórico de impunidade e mostra a força da democracia brasileira.

Não é um dia de celebração, mas de reflexão. A prisão do ex-presidente da República, juntamente com militares de alta patente, sob a acusação de tentativa de golpe de Estado, é um evento que marca profundamente a história e a vida política do país. Contudo, longe de ser um sinal de fraqueza, este momento representa a resiliência de uma jovem democracia que, finalmente, aprendeu a valorizar e a defender a sua própria Constituição.

O Brasil, uma das maiores democracias do mundo, escreve um capítulo crucial em sua história ao demonstrar que ninguém está acima da lei. A imagem de um ex-chefe de Estado sendo responsabilizado por ataques às instituições é pedagógica. Sinaliza o fim de um ciclo de impunidade que, por séculos, assombrou a democracia no país.

É impossível não comparar as prisões de hoje com a ferida mal curada do golpe militar de 1964. Enquanto a Argentina e o Chile enfrentaram seus ditadores por meio de justiças de transição, o Brasil optou pelo silêncio, sob o compasso da Lei de Anistia, cuja consequência foi a continuação de uma mentalidade golpista em setores das forças armadas, da sociedade e do congresso nacional, que nunca foi devidamente confrontada pela Justiça. Trata-se, portanto, de um ato de correção histórica. É o Brasil dizendo, tardiamente, que a quartelada não é e nunca será uma opção legítima.

A contingência da história é implacável. Enquanto presidentes como Fernando Henrique, Lula e Dilma deixaram contribuições importantes à Nação, Bolsonaro será sempre lembrado nos anais como o presidente que tentou romper com o pacto social instituído na Nova República. O caminho ainda é longo. A prisão dos golpistas não é o fim, mas um novo começo. É a reafirmação de que a Constituição Cidadã de 1988 venceu. E com ela, venceu o Brasil!

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